Saturday, April 29, 2006

OposTos Que Se ToCam



Numa forma geométrica sem arestas, os vertices encontram-se em circunstâncias desconhecidas...Sem saber as figuras que possam desenhar, as linhas não parecem diminuir...acrescentam-se no tempo...numa construção desordenada que, sem fim permeditado, se alimenta dos meios, das cores, do vazio...De contornos eloquentes, as curvas rodeiam quem desenha e estendem-se...
Sem que possam ser explicadas ou interpretadas, traduzem-se em traços que a imaginação não delimita e acresce...Cores estranhas que traçadas cativam...Formas que se temem, traçadas aleatoriamente numa desorganização demasiado organizada...que se desenham e escapam a qualquer controlo...na construção de um desejo, de um capricho, de um anseio...são cores opostas que de tão semelhantes se fundem...são opostos que se tocam!

Wednesday, April 19, 2006

A SenSação



Um sorriso quando menos se espera...mesmo quando se está sozinho...porque nos lembramos de um situação...de uma conversa...de uma palavra.Porque imaginamos, porque recordamos...Porque nos divertimos, porque ficámos espectantes....Porque a ansiedade invade os instantes...Porque os instantes se tornam horas...porque as horas passam em segundos...e os segundos são tão poucos...Porque o dia se torna mais belo, porque as cores ganham formas e tamanhos...Porque os tamanhos são demasiado curtos para tudo o que se sonha...Porque custa a respirar e o ar é pouco...Porque a cabeça rodopia e borboletas invadem a nossa barriga teimando em voar num espaço tão pequeno...Porque nos apetece gritar num suspiro sereno...Porque queremos saltar e não podemos...Porque queremos rir...
É como um banho de mar numa tarde quente de sol..Como a água da chuva numa manha de nevoeiro...como se o mundo fosse só nosso...como se tivessemos todo o tempo do mundo...como se não houvesse nada lá fora...Porque tudo parece pouco, porque o pouco é mais do que o todo...Porque sabe bem...sentirmo-nos estúpidos...mas felizes!

Encruzilhada



Será que cada caminho que se escolhe, cada decisão tomada anula tudo aquilo que se viveu (interrogação)... Um adeus mesmo que num adiar incontornável...será que renega um trajecto, um passado...e a sede de futuro,a sede de viver...justifica a recusa à seguraça do comodismo...há decisões que sabemos serem certas...mas que doem...há decisões que teem que ser tomadas mas que magoam...Aprende-se muito com o passado..mas a tentativa de abrir as asas e procurar o nosso caminho torna o voar inseguro, inconstante...São novas coordenadas...incertas, solitárias...e da fragilidade há que procurar no fundo a força de vontade para seguir em frente...para guardar na memória tudo aquilo que me faz feliz e atenuar tudo aquilo que me entristeceu...Proucurar um novo rumo...partindo da encruzilhada

Monday, April 17, 2006

Será certo (interrogação)


A mente tem um jogo incerto...uma fraqueza dos sentidos... manifesto do subconsciente.
Um pensamento... Uma ideia passageira de uma possibilidade incongruente, inatingível (interrogação)...Ou uma verdade tão simples..que retrai, que tendemos a negar (interrogação)
A imposição daquilo que é certo ou errado..faz evitar ponderar sobre a questão...será mais simples tentarmos guiar a nossa vontade (interrogação) ou deixarmos que ela nos guie(interrogação)
Nestas incertezas, fazes parte de demasiadas possibilidades... estás presente mais vezes do que devias...não sei se pelo desafio da complexidade...se pela simplicidade de um sentimento tão estranho...
um sentimento difícil de definir talvez porque não se define por si só...
é porque é..
tão complexo em toda a sua simplicidade...tão simples em toda a sua complexidade...
Uma peça nova mas tão familiar... uma peça familiar mas de contornos tão novos...um desafio...
Deve ser isto que acontece de cada vez que encontramos um peça que qualquer pessoa diria pertencer ao nosso puzzle!;)
mas será certo (interrogação) Porque não (interrogação)

Wednesday, April 05, 2006

Espera que nos orienta.


A vida esconde muito de um todo que reúne a felicidade fácil. Um perto que fazemos longe, na negação hipócrita do que queremos… do que sabemos que nos faz bem.

Este espaço que condiciona a negação anti-natura, e a procura de uma “fórmula mágica” de a resolver… condiciona mordazmente uma simplicidade que nos foge sem explicação.
Uma desculpa fácil, um adiar sem palmatória, um sorriso disfarçado de verdade…

Tempo que nos sufoca em “nós”, na procura de uma solução que sentimos “nossa”, mas que adiámos na tentativa de um “desaparecer” que sabemos não existir.
Todo este tempo… é uma espera que nos orienta, que queremos que encurte a verdade… que roube o tempo que nos sobra.
A procura de um momento certo… das palavras exactas… pode não chegar, mas já o vivemos, já o dividimos… já o sonhámos.

É a esta “realidade própria” que recorro… a ritmos nossos que conheço…que traduzo a alma.
O momento pode não chegar… a verdade adia… a espera orienta.